sexta-feira, janeiro 16, 2004
Hoje, às 21 horas, na SIC Radical, irá para o ar o segundo episódio do Gato Fedorento. Inclui os sketches "Mães à Compita", "Vamos Talvez Discutir a Questão do Coiso", "Passagem do Testemunho", "Ops, Caiu-me Um Braço", "Era Realmente Uma Verruga Notável", "O Homem Que Quer Mentir Mas Não Consegue", "Estamos a Ficar Sem Tempo de Satelite" e "Claque de Seminaristas". Repete domingo às 16h30, terça às 9h30 e quinta às 15.
posted by Gato 2:55 da tarde
POR QUE NÃO SOU CRISTÃO: Prezo muito a máxima “Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és.” Por isso, não respeito uma divindade que passa tardes inteiras a conversar com Alexandra Solnado. RAP
posted by Gato 2:32 da tarde
O SAGRADO MATRIMÓNIO: Aconselho o casamento a todos os amigos que me censuram por ter casado cedo demais. Há grandes prazeres desta vida que estão vedados ao homem solteiro. Por exemplo, o adultério. RAP
posted by Gato 2:30 da tarde
PRÓ-TABAGISMO: Sou contra o aumento do tamanho dos avisos nos maços de tabaco. Temo que essa campanha faça com que as pessoas deixem realmente de fumar, o que é pernicioso. É que deixar de fumar faz bem à saúde dos fumadores, mas faz mal à saúde de quem tem de os aturar. Há poucas pessoas mais insuportáveis, embirrantes e quezilentas do que um fumador que está a deixar de fumar. Agora pensem nisto: o Miguel Sousa Tavares é como é e pode fumar os cigarros que quiser. Imaginem o que acontecerá se ele resolver parar. RAP
posted by Gato 2:29 da tarde
O ESCRITOR DUPLICADO: Fui um dos 80.000 portugueses que compraram “O Homem Duplicado”, de José Saramago. Fui um dos 7 que o leram. E constatei que o romance tem – apropriadamente, aliás – ideias duplicadas. Um bom crítico dirá que se trata de um recurso estilístico destinado a adequar a forma ao conteúdo. Um bom neurocirurgião lembrará, por outro lado, que Saramago vai fazer 81 anos. Vejamos: na página 73, diz o narrador: “Entretanto, porém, enquanto o pau vai e vem, como dantes diziam os já mencionados rústicos, querendo crer que no brevíssimo intervalo entre o ir e vir do cacete tinham as costas tempo de folgar (...)”. E pouco mais à frente, na página 109: “Diz-se e repete-se que enquanto o pau vai e vem folgam as costas (...)”. Esta obsessão com a ida e vinda do cacete e o folgar das costas interessa-me, na medida em que pode ser reveladora das reais preocupações do autor. Saramago é um grande escritor, mas é também um octogenário. Quem me dera ter um euro por cada ancião a quem já ouvi exclamar “Ai, as minhas costas!” Daí, talvez, a repetida referência ao folguedo dos costados. Como se o autor sonhasse com costas folgazonas, ainda não atacadas pela espondilose. Já sobre o ir e vir do pau, não posso pronunciar-me, não só por falta de dados mas também porque este é um blog familiar, em que não cabe esse tipo de reflexão. RAP
posted by Gato 2:27 da tarde